Neste artigo quero falar sobre o estudo de progressões rítmicas, ou o estudo da divisão dos tempos em um crescente número de notas. Mais do que uma série de exercícios para praticar em sequência, quero introduzir o conceito, com alguns exemplos práticos da aplicabilidade, de forma que permita a você adaptar suas ideias aos exercícios mostrados.
Tal prática resulta em um vocabulário rítmico mais extenso, aumentando a criatividade e a musicalidade
Tecnicamente, a prática de progressões rítmicas proporciona, além do óbvio domínio de vários grupos rítmicos, uma melhor percepção e controle da pulsação, ganho de velocidade, de resistência, e uma articulação mais clara das notas. Mas além do lado técnico, tal prática resulta em um vocabulário rítmico mais extenso, aumentando a criatividade e a musicalidade.
Vamos estudar algumas divisões básicas, mais comuns e mais usadas em um contexto musical: colcheias, tercinas de colcheias, semicolcheias, sextinas de semicolcheias e fusas. O primeiro exercício mostra esta progressão. Pratique em um andamento lento inicialmente ( 60 bpms ), alternando as mãos ( D E D E ou E D E D ) e com o pé esquerdo ( chimbal ) marcando os tempos.
O segundo exercício mostra o conceito sendo aplicado ao estudo do Rufo Duplo ( Double Stroke Roll ). Praticar os rudimentos assim é uma excelente forma de ganhar técnica, velocidade e resistência. Experimente usar outros rudimentos, como o Paradiddle.
No exercício número 3 vamos explorar a bateria. Tocando o prato e o bumbo juntos a cada quatro notas, criaremos um faseado interessante ao tocar tercinas e sextinas, resultando em uma polirritmia de 3 sob 4 e 6 sobre 4 respectivamente ( O número 4 se refere aos tempos do compasso, e os números 3 e 6 se referem às acentuações criadas tocando o bumbo e o prato ).
No quarto exercício adicionamos o tom 1 e o surdo ao fraseado. Este exercício traz um desafio: a frase criada usa uma “melodia” de oito notas, que só fecha o ciclo a cada dois compassos. Interpretar esta melodia tocando tercinas e sextinas pode ser difícil em um primeiro momento, e praticar com paciência, se concentrando na pulsação é fundamental.
Experimentar é descobrir novas possibilidades, é enriquecer sua musicalidade
Para fechar, o último exercício usa novamente um fraseado de quatro notas com uma subdivisão da primeira nota, tocada pela mão esquerda. Podemos pensar em outras subdivisões, ou começar a subdivisão em uma nota diferente. Experimentar é descobrir novas possibilidades, é enriquecer sua musicalidade.
Isso é só uma introdução. Podemos explorar muito mais, usando grupos como as quiálteras de cinco e de sete notas, pausas, etc. Pratique esses exercícios como estão escritos, e a partir deles desenvolva suas ideias.
Bons estudos! Keep grooving!